domingo, 22 de junho de 2014

Presidente do PTB confirma apoio a Aécio Neves após ruptura com o PT

Anúncio foi feito neste sábado (21), em Salvador, por Benito Gama.
Ele destacou que decisão foi motivada por quebra de acordos com o PT.

O presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Benito Gama, confirmou no início da tarde deste sábado (21) o apoio do partido à candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. Gama já havia comunicado a posição do partido ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na sexta-feira (20).

O anúncio do presidente do PTB foi feito após reunião no Hotel Ibis, situado no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. A posição do partido será tornada oficial durante a convenção nacional do PTB, marcada para o dia 27 de junho.

"Quisemos avisar com antecedência porque seria muita indelicadeza deixar para avisar a presidente no dia da conveção. Preferi fazer isso agora e apoiar a maioria do meu partido", disse Gama.

A decisão é uma baixa para a campanha da presidente Dilma Rousseff, que contava com o tempo de TV do partido na propaganda eleitoral. Segundo o primeiro-secretário do PTB, Norberto Martins, o partido deve ter entre de 1 minuto e 5 segundos a 1 minuto e 10 segundos.

O tempo exato ainda será definido oficialmente pelo Tribunal Superior Eleitoral e é calculado conforme o tamanho da bancada na Câmara, onde o PTB tem atualmente com 17 deputados federais em exercício.

'Rupturas'

Gama afirma que o principal motivo para o rompimento com o PT foram "rupturas" em acordos previamente feitos com o PT sobre o lançamento de candidatos nos estados de Roraima, Piauí, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Ele destacou que não tem "nada contra a presidente".

Benito Gama afirmou também que a bancada do partido manterá o apoio aos projetos do governo na Câmara e no Senado. "A relação da bancada com o governo não muda, mas vamos entregar o cargo que nós temos no governo, a vice-presidência da Caixa Econômica Federal [ocupada por Luiz Rondon], na segunda-feira (23)", afirmou.

Segundo o primeiro-secretário do PTB, Norberto Martins, a decisão não tem mais volta e deverá ser oficializada na convenção na próxima sexta (27) por aclamação. "Não há mais como voltar atrás, diria que é impossível deixar de apoiar Aécio", afirmou.

Benito Gama e Aécio Neves se falaram neste sábado (21) por telefone e devem se encontrar na próxima quarta (25), em Brasília, para conversar sobre a aliança. O PSDB confirmou no dia 14 de junho o nome de Aécio para a Presidência, mas ainda não definiu quem será o candidato a vice, o que deve ocorrer até o fim de junho.

Aliança petista

Durante a convenção do PT que oficializou neste sábado a candidatura de Dilma à Presidência, lideranças do partido afirmaram que aliança continua grande mesmo após saída do PTB. Para os petistas, a situação neste ano está melhor que a de 2010 no que diz respeito aos aliados.

O PT espera contar com o apoio de oito partidos - PCdoB, PDT, PP, PROS, PR, PSD, PRB e PR -, que realizam convenções até o final do mês para oficializar suas posições.

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que a campanha seguirá normalmente. "Naturalmente que nós gostaríamos de ter todos os partidos na nossa base, mas vivemos uma situação bem melhor até que a própria campanha de 2010", declarou Costa.

O ministro da Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, afirmou estar aberto a quem quiser dialogar. "Trabalhamos para ter o máximo de partidos, principalmente para aqueles que estiveram conosco nesse tempo todo. Mas evidentemente a aliança é sempre complexa, envolve 27 estados e envolve a negociação nacional. Nós vamos continuar dialogando com quem quiser dialogar e vamos trabalhar com quem já está fechado. É a maior aliança da história do PT", afirmou Berzoini.

Já o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), disse lamentar a saída do partido. "Depois de todo esse período na bancada, mesmo com divergências, a gente caminhou ao longo desse tempo. Lamentamos [a decisão o PTB] mas vamos para o povo […]. A nossa militância sai daqui muito animada. Apostamos no povo, mas não deixo de lamentar", declarou.

Fonte: G1

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