domingo, 31 de agosto de 2014

Redução de sal nos alimentos não deverá afetar setor salineiro da região

Ministério da Saúde pretende reduzir 28 mil toneladas de sódio nos alimentos industrializados até 2020

O Ministério da Saúde (MS) pretende reduzir 28 mil toneladas de sódio nos alimentos industrializados no país até o ano de 2020. O sal é, atualmente, visto como um verdadeiro vilão à saúde e, à primeira vista, a medida poderia trazer impactos negativos à industria salineira. Entretanto, representantes do setor no Rio Grande do Norte, responsável por 94,01% de toda a produção de sal no Brasil, afirmam que tem participado da campanha pela saúde e que a produção não deverá sofrer abalos.

"Somos parceiros do Ministério da Saúde, temos conversado bastante e tentado fazer parte do processo de mudança. Estamos reduzindo a quantidade de sódio do sal, que é o elemento apontado como mais nocivo se consumido em excesso, e temos estudando a fortificação do sal a partir da adição de flúor e Vitamina A", conta o presidente do Sindicato das Indústrias de Moagem e Refino de Sal do Rio Grande do Norte (Simorsal), Renato Fernandes.

O sal utilizado na indústria alimentícia é comprado diretamente das salinas. De acordo com o presidente, das 5,4 mil toneladas de sal produzidas no Estado no ano passado, 600 mil toneladas, o que representa 11% do total, foram destinadas à indústria de alimentos. Já o sal direto para consumo, tido como "sal de cozinha", foi responsável pela demanda de 500 mil toneladas.

Mesmo diante de certa aversão ao sal, ele é indispensável ao organismo, pois é a principal fonte de sódio da dieta humana. O sódio ajuda a prevenir o surgimento de doenças como bócio, cretinismo, surdez, retardo mental e até abortos. Contudo, se consumido em excesso pode trazer malefícios ao sistema cardiovascular, pois aumenta a pressão arterial e a retenção de líquidos no corpo.

A medida de redução do sódio segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e é fruto de acordo entre o MS e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia). Ao todo, foram firmados quatro acordos de cooperação para a redução de sódio em 16 categorias de alimentos, que representam 90% dos itens industrializados no país. Com os acordos, o ministro da Saúde, Artur Chioro, disse que espera reduzir as mortes por acidente vascular cerebral em 15% e os óbitos por infarto em 10%.

Entre os anos de 2011 e 2012, foi reduzido quase 11% o sódio presente na bisnaguinha e no pão de fôrma, e de mais de 15% no macarrão instantâneo. Até o final deste ano, a redução deverá crescer para 1,8 mil toneladas.

O Mossoroense

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