quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Economista dá dicas para evitar endividamento no final do ano

Nesta época de fim de ano, as pessoas costumam aumentar os gastos devido às festividades celebradas no período, além do costume de presentear, comprar roupas, sapatos e realizar reformas até o fim de dezembro. Contudo, economistas alertam que, mesmo com a disponibilidade de renda extra vinda do 13º salário, as pessoas devem planejar os gastos para que não acabem comprometendo a renda no restante do ano com juros ou tenham o nome incluso em sistemas de proteção do crédito.

"Quando chega o final do ano, as pessoas acabam se empolgando e não fazem um balanço entre aquilo que desejam e do orçamento que possuem. Muita gente acumula ainda dívidas ao longo de todo o ano, sendo que o ideal é que quitem esses débitos antes de realizarem as compras de Natal e Ano-Novo", conta o economista Leonildo Tchapas.

O economista alerta ainda que logo após este período de festividades também aparecem gastos como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), além de material escolar. Ele indica que os consumidores façam levantamento de quanto vão ter de desembolsar com despesas fixas e só então, com o que sobrar, fazer os festejos natalinos. Outra orientação é dada em relação às estratégias para pagamento de dívidas, dando prioridade àquelas com maior taxa de juros.

"Aqueles que têm dívidas com cartão de crédito, que possui taxas de juros altas, devem procurar pagá-las primeiro, negociando os juros com as empresas. Para as outras contas, o consumidor pode também tentar negociar os juros cobrados e, em último caso, se as taxas cobradas pelos bancos forem menores, fazer um empréstimo para quitá-las", indica Leonildo Tchapas.

Entre os meses de agosto e setembro, o número de consumidores inadimplentes bateu dois recordes no país, chegando à marca de 57 milhões de pessoas endividadas no país, segundo levantamento da Serasa Experian. O número de consumidores endividados tem crescido a cada ano. Em agosto de 2013, foram registrados 55 milhões nessa situação. Já em 2012 eram 52 milhões.

Falta de planejamento compromete renda de famílias

De acordo com especialistas, o aumento de inadimplentes e do valor de suas dívidas é reflexo da falta de planejamento econômico, que leva as famílias a perderem o controle dos gastos e ainda a entrarem em financiamentos com altas taxas de juros, como de carros ou imóveis, esquecendo de "pôr na balança" as contas fixas mensais e o orçamento disponível.

O estudo do Serasa, realizado anualmente, apontou também que 60% dos inadimplentes brasileiros possuem contas mensais superiores à sua renda mensal. Outro ponto do levantamento foi de que pelo menos 53% dos endividados acumulam até duas dívidas não honradas. Elementos considerados nocivos ao orçamento familiar são as altas taxas de juros de cheque especial e do rotativo do cartão de crédito, usados como saída por muitos consumidores.

"Falta ensinar às pessoas como fazer seu planejamento financeiro. Nos últimos anos, o aumento da renda e o desemprego baixo têm ajudado a atenuar o cenário econômico, mas é preciso investir em educação financeira nas escolas, para que a população tenha comportamento consciente, evitando a compra por impulso, por exemplo", afirma Leonildo Tchapas.

O Mossoroense

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