terça-feira, 3 de maio de 2016

Afirmação absolutamente polêmica (e nojenta) diz que quem come meleca é mais saudável

Você está sentado no parque, respirando ao ar livre e viajando através de pensamentos, até que sente aquele incômodo no nariz. Então é hora de fingir ser uma criança novamente. Você levanta o dedo indicador, enfia em uma das narinas e começa a cutucar até encontrar a fonte do incômodo. E você acha. Agora existem duas opções: limpar ou comer.

Se você optou por comer, é obvio que as pessoas ao seu redor não vão te olhar com bons olhos – e algumas podem até vomitar. Se pensou que limpar o dedo (ou nem enfiar ele no nariz, para início de conversa) seria a melhor solução, você com certeza já deve ter conhecido alguém que fazia do nariz um verdadeiro buffet. Mas será que isso é tão ruim assim? O que será que realmente acontece quando alguém come meleca de nariz?

Primeiramente, você precisa entender que essas “caquinhas” são feitas do muco que reveste as narinas juntamente com os pelos minúsculos conhecidos como vibrissas – que ajudam a filtrar o ar inspirado, protegendo os pulmões de objetos estranhos como germes, poeira, sujeira e pólen. Na maioria das vezes essas “armadilhas” funcionam muito bem, interrompendo os invasores na hora e encapsulando-os junto ao muco que em breve será removido do nariz. Porém, às vezes esse muco se torna gelatinoso ou duro, formando o que é coloquialmente chamado de caca (ou meleca) de nariz.

A ideia de comer as próprias melecas pode não parecer muito higiênica ou atraente. Muitas vezes o excesso dessa “garimpada” pode causar sangramentos. No entanto, há uma hipótese emergente que defende que a ingestão das melecas pode fazer bem para a saúde.

De acordo com Scott Napper, um professor de bioquímica na Universidade de Saskatchewan, no Canadá, as cacas na verdade são pequenos pacotes embalados com informações biológicas. Quando consumidas, podem ajudar a preparar melhor o corpo para a guerra contra os germes. Cada meleca contém patógenos específicos do meio ambiente em que a pessoa vive. Portanto, comê-las poderia informar o sistema imunológico sobre os perigos que ele pode vir a enfrentar e ajudá-lo a construir suas defesas. Em suma, você pode pensar no hábito de comer caca de nariz como uma estratégia de guerra.

O professor pretende testar a ideia e está reunindo voluntários para que ele possa plantar uma molécula em seus narizes e dar início ao experimento. Serão dispostos dois grupos, um que irá comer meleca e o outro que não. Em seguida, para cada grupo, Napper irá comparar as repostas de imunidade contra a molécula. Se sua hipótese estiver correta, os participantes que comerem as cacas terão uma resposta imunológica muito maior.

No entanto, a teoria de Napper já despertou a atenção de alguns céticos, como o Dr. William Schaffner, da Universidade Vanderbilt, em Nashville, que não acredita no benefício causado pelo hábito de engolir secreções nasais, especialmente quando dormimos, alegando que é muito improvável que elas ofereçam alguma resistência ao sistema.

Apesar de não ter sido capaz de reunir um número alto de voluntários para começar a pesquisa, Napper afirma que nossa predisposição de comê-las pode estar relacionada ao fato de elas terem um sabor adocicado. Aliás, o professor acredita que esse seria um tema muito interessante para tratar em uma aula de Ciências da primeira série.

Jornal Ciência

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