terça-feira, 28 de junho de 2016

Mais de 40% das mulheres sentem dor na hora do sexo, aponta pesquisa

Foto: bolsademulher.com.br

Os dados falam de uma realidade de medo e conflitos que a população muitas vezes não consegue encarar e tratar. Sente dor, mas não fala. Começam as dificuldades sexuais, mas o casal não consegue buscar a causa e a cura.

O fato é que o sexo faz parte da vida das pessoas e quando não está tudo bem os transtornos de ordem psicológica são muitos e apresentam consequências devastadoras.

Os números apontados pela pesquisa Mosaico 2.0, que, pela segunda vez, traçou um perfil da sexualidade do brasileiro, confirma uma realidade dos consultórios que dificilmente é traduzida em números por causa do silêncio gerado ainda pelo grande tabu em torno do sexo.

“Em Mossoró os dados são poucos porque apesar de existirem, essas disfunções são pouco divulgadas, pouco faladas e por isso pouco tratadas também”, explica psicóloga clínica e terapeuta sexual Izabelly Paullini.

As dores que afligem 40% das mulheres de acordo com a pesquisa têm um nome desconhecido: Dispareunia. O distúrbio pode possuir causa orgânica, mas na maioria dos casos é tratada em terapia. Da mesma forma que a “assustadora” disfunção erétil, que faz parte da vida de um terço dos homens.

No caso do surgimento de qualquer um dos sintomas, como dor durante a relação sexual ou qualquer dificuldade de ereção no pênis, Izabelli explica que o primeiro passo é procurar o médico e se certificar de que não existem problemas biológicos que estão causando as reações no corpo.

Após descartadas as causas orgânicas o paciente deve ser encaminhado para tratar a disfunção sexual na terapia. “As causas podem ser variadas. Nas mulheres podem ir desde o medo, até mesmo a contrações exageradas feitas pela própria mulher. Nos homens os conflitos financeiros, ou nos próprios relacionamentos também podem ser apontados como algumas das causas”, explica a sexóloga.

A pesquisa nacional que revelou os números abafados pelo silêncio das pessoas na hora de tratar suas sexualidades foi publicada no jornal Folha de São Paulo e entrevistou 3.000 pessoas dos 18 aos 70 anos de idade em sete regiões metropolitanas do país, dos quais 1.530 homens e 1.470 mulheres. O estudo é coordenado por Carmita Abdo, psiquiatra sexóloga da USP, e apoiada pela farmacêutica Pfizer.

O que é uma disfunção sexual?

Uma disfunção sexual define-se como uma “perturbação do desejo sexual e das modificações psicofisiológicas que caracterizam o ciclo de resposta sexual e provocam acentuado mal-estar e dificuldades interpessoais” (DSM-IV TR, APA, 2000).

Ou seja, uma disfunção sexual pode ser qualquer alteração na resposta sexual (quer seja, na capacidade de sentir desejo sexual, de sentir excitação, de alcançar o orgasmo, etc.) do indivíduo, que provoque mal-estar e afete a sua vida e as suas relações.

Tipos de disfunções sexuais nos homens:

- disfunção erétil (de ereção)

- disfunção ejaculatória (de ejaculação)

- disfunção de libido (de apetite sexual)

- disfunção orgásmica (de orgasmo)

Tipos de disfunções sexuais femininas:

Baixo desejo sexual (pouca libido)

Transtorno de excitação sexual (frigidez. Incapacidade de manter a excitação e a lubrificação durante o ato sexual)

Transtornos orgásticos (dificuldade para atingir o orgasmo ou impossibilidade)

Transtornos de dor sexual 

Dispareunia: dor durante o ato sexual

Vaginismo: contração involuntária dos músculos próximos à vagina que impedem a penetração do pênis, dedo ou qualquer outro objeto

Fobia ou aversão sexual: pânico e sentimento de repulsa diante de relações sexuais ou que levem ao sexo.

Portal Mossoró Hoje

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