terça-feira, 7 de junho de 2016

Pedreiro de Apodi pega seis anos de prisão por matar agricultor

Foto: Cézar Alves / MH

O Tribunal do Júri Popular de Mossoró, composto por seis mulheres e um homem, condenou a seis anos de prisão o pedreiro apodiense Jardel de Sousa Lima, de 31 anos, por ter matado a tiros o agricultor Jorge Kellinson de Sousa Costa (na época com 25 anos), no dia 10 de outubro de 2010, às margens da BR 405, em Apodi.

O julgamento aconteceu no Auditório do Fórum Municipal Silveira Martins, em Mossoró, com a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, na manhã desta terça-feira (07).

O promotor Eduardo Medeiros Cavalcante pediu a condenação do réu por homicídio simples, para qual o Código Penal prevê pena mínima de seis anos de prisão.

Já o advogado de defesa José Araújo da Silva trabalhou com a tese de legítima defesa. Apresentou documentos que mostraram que o réu é trabalhador e que havia matado para não morrer. Inclusive, com medo de ser morto pela família da vítima, Jardel Sousa não compareceu ao julgamento. “É um direito que meu cliente tem e o fez para não terminar morto”, destacou o advogado.

Ao final dos debates, o Conselho de Sentença, em Sala Secreta, votou pela condenação do réu nos termos defendidos pelo promotor de Justiça Eduardo Medeiros. Diante dos fatos, o juiz presidente do TJP, Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, aplicou pena de seis anos de prisão.

O primeiro júri

Este julgamento deveria ter ocorrido na Comarca de Apodi no dia 21 de março de 2014. Os trabalhos foram abertos pela juíza Kátia Cristina Guedes, porém, como familiares da vítima haviam procurado os jurados e pedido para votarem pela condenação do réu, decidiu por determinar pela transferência do julgamento para acontecer na Comarca de Mossoró.

O Caso

O caso foi investigado pelo delegado José Cleiton Pinho de Sousa. Após ouvir as testemunhas o delegado chegou aos nomes dos acusados. Os próprios familiares da vítima contaram quem havia praticado o crime. Jardel, que após o crime havia fugido num caminhão para Mossoró, se apresentou e confessou o crime, tendo revelado em detalhes as razões.

Segundo Jardel, que não compareceu ao julgamento, Jorge Kellinson estava o ameaçando de morte havia algum tempo. No dia do crime, ele disse que o avistou num bar e este lhe avisou que iria matar toda família. O motivo, segundo Jardel Sousa, seria o fato de Jorge Kellinson ter roubado umas ovelhas e colocado na propriedade do seu tio.

Quando seu parente percebeu a presença das ovelhas em sua propriedade, procurou o dono e as devolveu. Desde então, passaram a se ameaçar.

De acordo com o depoimento de Jardel Sousa, foram várias ocasiões em que ele foi ameaçado por Jorge Kellison. Estas ameaças o fizeram comprar uma arma, motivo pela qual, inclusive, foi preso. E depois comprou outra para se defender.

No dia do crime, Jardel Sousa relata que estava se dirigindo à casa de sua mãe na companhia de Jacinto Pereira de Sousa, o Bicudo, para buscar ferramentas para ir trabalhar em Mossoró.

No caminho, a moto Twister em que os dois se deslocavam parou de funcionar. Foi quando apareceu Jorge Kellinson e o puxou bruscamente pelo braço, derrubando os dois da moto.

Bicudo, ainda conforme o relato de Jardel Sousa, ficou preso debaixo da moto. Jardel Sousa disse que sofreu uma agressão de Jorge Kellinson e caiu. Aí sacou o revólver e deu dois tiros. Mesmo baleada, a vítima, segundo Jardel Sousa, o avisou que ia matá-lo. O réu disse que efetuou mais dois disparos e a vítima então caiu.

Em seguida, Jardel Sousa relatou que tirou o amigo Bicudo de baixo da moto e foi à pé, por dentro do mato, até um posto de combustível próximo, onde pegou uma carona com um motorista de caminhão até Mossoró. No caminho, Jardel Sousa contou que vendeu a arma do crime por R$ 350,00 ao motorista, que não sabe quem e nem de onde é.

Portal Mossoró Hoje 

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