segunda-feira, 11 de julho de 2016

Catador paga faculdade com o que ganha do lixo

Foto: Fernando Brito / G1 PI

Garrafas pet, copos descartáveis e latinhas de bebidas são materiais considerados por muitos como lixo. Entretanto, para o piauiense João Francisco Oliveira Nery, de 35 anos, eles são o seu sustento.

“João do Lixo”, como é mais conhecido, trabalha como catador há alguns anos e é nas lixeiras que ele encontra o dinheiro que precisa para sustentar sua família e pagar sua faculdade de Engenharia Ambiental e Sanitária na cidade de Teresina, Piauí.

Sua história de superação foi destaque na TV Clube do Piauí, onde ele revelou que passa o dia puxando um carrinho pelas ruas da capital. Cada latinha encontrada é como se fosse uma moeda para seu bolso.

“Eu encontro o meu sustento naquilo que as pessoas jogam fora. É como se as pessoas jogassem dinheiro no lixo. Porque o lixo dos outros é o dinheiro que me sustenta”, disse ele. “Pago faculdade com o que ganho vendendo lixo”, acrescentou.

Além do trabalho nas ruas, João também é contratado para manter o ambiente de festas e grandes eventos limpo. Por isso, enquanto outras pessoas se divertem, o catador trabalha.

“Eu espalho lixeiras nos locais de festa para que pessoas joguem o material dentro do lixo. Mas infelizmente as pessoas ainda não têm a consciência de jogar lixo no lixo. Por isso, recolho também o material do chão”, contou.

Foto: Fernando Brito / G1 PI
João frisou que, se quisesse, não trabalharia nas ruas para focar somente nos estudos, pois sua esposa é caixa de uma agência bancária e seu pai é agente da Polícia Civil do Piauí. Mas, ele destaca que cata lixo não por obrigação, e sim por prazer e pela consciência humana de ajudar o meio ambiente. 

Ele tem o apoio da família. Foi do pai, Benedito Norberto, de 64 anos, que João tirou inspiração e o incentivo para entrar na área da preservação ambiental e no aproveitamento de materiais recicláveis. Hoje, o pai se orgulha ter um filho batalhador e guerreiro, além de ajudar João no seu trabalho.

A mãe, Graça Nery, 63 anos, tem planos para o filho. Todo o material recolhido pelo João fica armazenado na casa dela. Hoje, ele precisa de um local maior, o que pode aumentar a renda da família.

Todo o material reciclado é vendido para a Prefeitura de Teresina e para uma usina de reciclagem de Fortaleza, no Ceará. João consegue apurar R$ 1,50 para cada quilo de latinha, e R$ 0,40 para cada quilo de plástico.

Com informações do G1 PI / TV Clube / Portal Mossoró Hoje

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