sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Barragem Armando Ribeiro perde 2 centímetros em sua lâmina de água por dia

 
Nos 30 dias do mês de novembro, a Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, com paredão em Itajá e que armazena até 2,4 bilhões de metros cúbicos de água, está com apenas 16,08% de sua capacidade total. Perde, em média, quase dois centímetros em sua lâmina de água por dia.
 
Para o engenheiro Rafael Mendonça, chefe da unidade regional do Departamento Nacional de Obras Contra A Seca, em Assú, o reservatório atinge volume morto no final de fevereiro, no máximo no início de março do próximo ano. Na prática, tem água por mais 3 meses.
 
O nível baixo da Barragem Armando Ribeiro preocupa mais de meio milhão de habitantes de mais de 40 municípios da região Oeste do Rio Grande do Norte e milhares de trabalhadores de uma área irrigada superior a 30 mil hectares na região do Vale do Açu.
 
E a situação de preocupação não é só nos municípios abastecidos com água da Armando Ribeiro. Em outras regiões, a situação está pior. É o caso do Seridó e do Alto Oeste. No Seridó, grandes reservatórios como Gargalheiras, em Acari, Itans, em Caicó, já estão secos.
 
Na região do Alto Oeste, a Barragem de Pau dos Ferros, o Açude de Lucrécia, o Açude de Patu, assim como o Açude de São Miguel, estão todos completamente secos. Estas cidades estão sendo abastecidas com o que ainda resta de água na Barragem de Santa Cruz, em Apodi.

A escacez de água fez os criadores de gado enfrentarem a pior crise da história. Os animais, além de não ter alimento, não tem água. 
 
As demais cidades, inclusive dezenas da Paraíba, estão captando centenas de carros pipas de água, através da Operação Carro Pipa do Exército Brasileiro, em cerca de 10 poços no município de Apodi para abastecer a população com água potável. 

Dos 47 reservatórios do estado monitorados pelo Igarn, 16 já estão em volume morto, o que corresponde a 34% do total. Outros 15 já estão secos. Somando-se os números, 65% dos açudes que abastecem as cidades do Rio Grande do Norte estão em estado crítico.
 
A Secretaria de Recursos Hídricos do RN informa que os 18 reservatórios potiguares que integram a chamada Bacia Hidrográfica do Piancó-Piranhas-Açu, quando cheios, somam um volume d’água de 2 bilhões, 966 milhões, 798 mil e 7 metros cúbicos. 
 
O que restam de água em todos estes reservatórios juntos, segundo o secretário Marcos Mairton, que esta semana esteve visitando as obras de construção da Barragem de Oiticica, hoje são apenas 420 milhões, 892 mil, 787 metros cúbico d’água. 
 
A principal região paraibana que abastece o Piranhas/Açu no Rio Grande do Norte também está com seus reservatórios em estado muito crítico. É o que informa a Assessoria de Comunicação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piancó/Piranhas/Açu.
 
Dos 567 milhões, 999 mil e 136 metros cúbicos d’água, o Açude de Mãe D’Água, integrante do Complexo Coremas está com apenas 39 milhões, 238 mil, 286 metros cúbicos, o que representa apenas 7% de sua capacidade total. Está abaixo do volume morto. 
 
Mãe D’água continua sendo responsável pelo abastecimento de quase 400 mil pessoas, espalhadas por 30 cidades da Paraíba e do Rio Grande do Norte, porem tem sido necessário uma intensa fiscalização por parte da Agência Nacional de Águas.

Dos reservatórios da região Oeste, apenas três ainda tem água potável e assim mesmo em nível muito baixo. A Barragem de Santa Cruz está com 20,76% de sua capacidade total de 600 milhões de metros cúbicos de agua. Já Umari, em Upanema, está com apenas 11,5%.
 
Ao todo, na Bacia Apodi Mossoró existem 21 reservatórios, que juntos armazena 1,1 bilhão de metros cúbicos de água. Destes 21, apenas 4 tem água, que somando tem o volume aproximado a 160 milhões de metros cúbicos de água restante.
 
As cidades que ainda tem um restinho de água são: Umarizal, Apodi, Encanto, Riacho da Cruz e Upanema. Todas as outras cidades estão com seus reservatórios totalmente secos, com seus moradores recebendo água em carros pipas para consumo humano e animal.
 
A espera de um bom inverno
 
A única saída para reabastecer os grandes reservatórios de água doce na Paraíba e no Rio Grande do Norte é um inverno forte no início de 2017. E tem sido neste sentido as previsões dos meteorologistas do Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN).
 
Portal Mossoró Hoje

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