Dois anos e três meses depois de ter sido vítima de um incêndio criminoso dentro da própria casa, em Mossoró, o sentimento agora é de alívio e gratidão para Deusilene Antônia da Silva e sua filha Glícia Roberta. Hoje, o júri popular condenou o autor do crime a 29 anos e 4 meses de prisão em regime fechado.
"Um pouco aliviada mas ao mesmo tempo a gente ainda tem medo porque hoje em dia essas pessoas vão presas mas ficam pior ainda, a gente entrega tudo nas mãos do Senhor", declarou Dona Deusilene ao MOSSORÓ HOJE nesta segunda-feira (22/10).
O júri aconteceu pela manhã no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins. Aldecir Avelino da Fonseca Júnior, o Júnior Pardal, foi condenado pelo Conselho de Sentença. O crime foi praticado por vingança.
Mesmo no momento de dor ao relembrar o caso, Deusilene diz que sente-se triste pela família do acusado, que não tem culpa do que ele fez. "Aliviada e também um pouco triste pela família dele, e principalmente pela mãe dele, mas é assim mesmo, ele fez uma coisa muito grave, a gente também não pode passar uma borracha em cima", disse dona de casa agradecendo o trabalho dos jurados, da justiça e do advogado Niederland Lemos.
Em 14 de julho de 2016, Júnior Pardal incendiou a casa da família no Conjunto Santa Júlia com a artesã Deusilene e sua filha cadeirante Glícia dentro. As duas foram salvas graças a ação do marido da dona de casa e dos vizinhos. São verdadeiras sobreviventes.
Deusilene e a filha, que usa cadeira de rodas devido a um síndrome rara, ficaram com queimaduras de terceiro grau. Passaram meses internadas em Mossoró, Natal e Fortaleza tratando os ferimentos. Hoje ainda sentem as sequelas físicas e psicológicas.
Por conta do ocorrido, a família mudou-se para a região de Natal e os que ficaram em Mossoró mudaram de bairro com medo dos bandidos. Apenas um foi a julgamento. O motivo do crime: vingança. Júnior Pardal queria se vingar da família porque o filho de Deusilene discutiu com seu irmão durante uma partida de futebol.
Desde o crime, a família teve a vida completamente alterada. Em dezembro de 2017, Deusilene e sua filha vieram a Mossoró para cobrar respostas sobre o caso e conversaram com nossa reportagem. "A gente vive sem rumo", disse ela.
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