"Minha mãe era costureira e meu pai trabalhava com agricultura. Meu pai viajava muito, pois depois de sair da agricultura foi trabalhar em empresas que construíam pistas fora da cidade. Quando meu pai não estava em casa a gente passava um perrengue, os vizinhos ajudavam, davam comida e quando ele voltava a gente pagava o que estava devendo. Quando eu cresci um pouco e meu pai saiu dessa empresa eu vi que as coisas apertaram. A gente não podia comer carne todo dia, a gente comia carne só no domingo. Eu também via que meu pai e minha mãe muitas vezes deixavam de comer a carne para me dar. Eu não ficava bem com isso, por isso nunca pedi nada para eles.", comentou o cantor.
De acordo com o potiguar, apesar de ter a paixão pela música, o seu pai queria que ele estudasse e não gostava muito desse rumo que ele estava tomando.
"Meu primeiro emprego foi em um supermercado. Eu trabalhava na área de bebidas porque lá era onde ocorriam mais roubos e eu ficava vigiando. Depois trabalhei fazendo temperos condimentados. Perdi o emprego por ter começado a trabalhar em uma banda como holding sem receber nada. Eu tinha meus 13, 14 anos e meu pai queria que eu estudasse, mas eu já estava trabalhando na banda e um dia contei para ele e disse que estava recebendo R$ 40 por mês, o que era mentira. Perguntei se eu poderia trabalhar em banda se terminasse os estudos e ele disse que sim e aí eu terminei e continuei nesse meio", explicou.
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Parte 1
