domingo, 22 de dezembro de 2019

Como um filho de pescador do Rio Grande do Norte virou maior surfista do mundo

O nordestino Ítalo Ferreira foi coroado, na noite da última quinta-feira (19/12), com o título do Circuito Mundial de Surfe. A conquista foi a primeira de um atleta da região. Ítalo é potiguar, nascido em de Baía Formosa, uma vila de pescadores a aproximadamente 100 quilômetros de Natal (RN). Com a conquista do filho de pescador do Rio grande do Norte, o Brasil passa a ter quatro títulos no evento da WSL nos últimos seis anos. 

Atleta criado nas ondas da praia do Pontal, pico dos surfistas locais, ele foi o grande campeão do Billabong Pipe Masters, a última etapa do Circuito Mundial, no Havaí, em final disputada com o bicampeão mundial Gabriel Medina. Na bateria decisiva, o líder do ranking mundial venceu o paulista de Maresias por 15.56 a 12.94.

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O troféu veio com muito suor e superação. Depois de sofrer com mais uma lesão no começo desta temporada, Ítalo Ferreira se recuperou e voltou a surfar para se manter competitivo no Circuito Mundial. Paralelo à WSL, em setembro, ele teve de disputar também os Jogos Mundiais da Isa, no Japão. 

A participação no torneio era obrigatória aos surfistas que quisessem ir aos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem. Só que antes da viagem, o brasileiro teve a mochila roubada, junto com o passaporte. Por causa do problema, ele enfrentou verdadeira maratona para chegar poucos minutos antes do final de sua bateria de estreia. Ele entrou no mar com pranchas emprestadas pelo compatriota Filipe Toledo, de bermuda jeans e ainda conseguiu vencer a disputa. No final, o potiguar conseguiu o título no evento, coroando todo o esforço para estar no Japão.

Competição 

Para chegar à final, Ítalo superou o susto de ter de ir para a repescagem após a estreia. Depois, fez uma competição relativamente tranquila. Inclusive na seminal, disputada contra o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater, que buscava melhorar sua colocação no ranking mundial para garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem. 

Já Gabriel Medina teve a campanha em Pipeline manchada por polêmica. Nas oitavas de final, ele fez uso de um bloqueio, interferindo na onda de Caio Ibelli. A manobra impediu que o adversário pegasse a última onda da bateria. Apesar de ter sido punido pelos árbitros, Medina ainda teve saldo na pontuação para seguir na competição até a final contra Ítalo. A atitude foi orientada pelo pai e treinador do bicampeão, Charles Saldanha. 

Durante a bateria contra Medina, Ítalo entrou extremamente concentrado e já conseguiu duas boas ondas na primeira série da disputa. O potiguar obteve como notas 7.83 e 6.17. 

Já Medina teve como melhores notas 7.77 e 4.50. Na reta final da bateria, o potiguar ainda conseguiu substituir uma das duas melhores notas com um 7.73, depois de conseguir entubar uma onda e nalizar com aéreo. Já Gabriel Medina não conseguiu encontrar boas ondulações, sendo engolido pelos tubos. 

Ítalo administrou o tempo final da bateria, segurando a prioridade e colando em Gabriel Medina. Até os instantes finais, quando não restou mais tempo para Gabriel se recuperar. "Eu sou muito confiante em mim. Sei que Gabriel é um grande competidor, mas eu sabia que este momento era meu", comentou em entrevista à WSL.

JC Online - UOL

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