Aulas na Escola Estadual Jerônimo Vingt Rosado Maia foram suspensas pela Dired
O Mossoroense - As aulas na Escola Estadual Jerônimo Vingt Rosado Maia, no conjunto Vingt Rosado, foram suspensas ontem devido à falta de segurança. Durante a madrugada de ontem, a escola foi invadida por vândalos que espalharam o lixo das lixeiras pelo pátio e escreveram ameaças de morte à diretora da escola, feitas com giz no chão. Os invasores quebraram ainda 30 lâmpadas e depredaram a estrutura do prédio.
A suspensão das aulas foi determinada pela 12ª Diretoria Regional de Educação, Cultura e Desporto (Dired), logo após ser informada sobre o ocorrido pela equipe da direção. A diretora Régia Berlânia procurou a polícia e registrou boletim de ocorrência. Hoje, a direção da escola se reunirá com a diretora da Dired, Magali Delfino, para debater sobre a falta de segurança na unidade e cobrar soluções.
"É horrível você chegar para deixar seu filho pela manhã e encontrar a escola fechada porque pessoas mal-intencionadas fazem uma coisa dessas. Fazer uma coisa dessas contra a educação, que é a única chance de nós, pobres, mudarem realmente de vida, é um crime bárbaro", disse a dona de casa Raquel Oliveira.
Com cerca de 700 alunos matriculados do 1º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), a escola funciona nos três turnos e tem passado por problemas com a falta de segurança há mais de dois anos e apresenta problemas graves como o consumo e comercialização de drogas no interior da escola.
"Dá até desgosto trazer meus filhos para esta escola, mas tentei vaga em outras e não consegui, além de que elas eram muito longe da nossa casa. Já pensei em reunir um grupo de mães para pedir reforço na segurança, mas o medo acaba impedindo de serem tomadas atitudes. A própria diretora já foi agredida", disse Raquel Oliveira.
A equipe de reportagem do jornal O Mossoroense foi à 12ª Dired, mas foi informada que a diretora Magali Delfino não estava no local porque participava de reuniões em Natal. A equipe tentou ainda contato telefônico com a diretora, mas não teve as chamadas atendidas.
Servidores se sentem ameaçados em trabalhar em algumas escolas
Em algumas escolas, as ameaças e agressões estendem-se ainda aos professores e técnicos, fazendo com que estes profissionais sintam-se desestimulados a trabalhar e acabem pedindo transferência e afastamento em maior quantidade do que nas escolas em que os níveis de violência são menores. Como o principal motivo para o aumento da violência no ambiente escolar, os professores apontam o consumo de drogas. Contudo, afirmam que a mudança de comportamento pela qual os alunos e pais têm passado influencia negativamente a paz nas escolas.
"Dei aula numa escola na zona rural por mais de três anos, mas depois me transferiram para cá e eu pude ver de perto o que alguns colegas enfrentam todo dia. São realidades totalmente diferentes; na zona rural, os alunos eram mais tranquilos. Hoje, infelizmente, o respeito ao professor tem diminuído, sobretudo nas periferias, onde, infelizmente, as drogas já não são mais novidade. Vou trabalhar com medo", afirmou um professor que não quis se identificar com medo de represálias.
O professor conta ainda que tem tentado conseguir a transferência de volta para a zona rural e que conhece muitos colegas que, devido à carga maior de estresse e até mesmo agressões, acabaram impossibilitados de trabalhar e tiveram de fazer tratamento psicológico.
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