Estudo orientado pelo pesquisador do Instituto do Cérebro, Sidarta Ribeiro, analisa papel cognitivo do sono
Por Williane Silva - Jornal de Hoje
Após uma noite de sono, você costuma lembrar ou esquecer do que aconteceu nos dias anteriores? Segundo uma pesquisa do Instituto do Cérebro (ICe) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), publicada na PLoS Computational Biology, as duas situações são possíveis, pois o sonho ajuda a esquecer, a fortalecer e também a transformar as memórias.
Duas correntes teóricas disputam a explicação desses fenômenos – uma fala sobre a importância do sono para o estabelecimento das memórias de longo prazo e a outra diz que esquecemos de experiências enquanto dormimos. O novo estudo da UFRN conciliou as duas teorias, mostrando que ambas podem ocorrer simultaneamente. Para isso, foram utilizadas moléculas para investigar marcadores bioquímicos da formação de memórias, além de técnicas eletrofisiológicas – observando as propriedades elétricas de neurônios – e a modelagem computacional de redes neurais artificiais.
Segundo o pesquisador do Instituto do Cérebro (ICe), Sidarta Ribeiro, o primeiro passo foi observar o cérebro animal após o sono REM (sono em que sonhamos). Foi constatado que, quando o adquirimos uma memória, acontece no cérebro a ativação de “cascatas bioquímicas”. “Uma proteína vai transmitindo uma mensagem a outra até chegar ao núcleo da célula e promover mudança na expressão dos genes. É neste momento que algumas lembranças se consolidam e outras não”, esclarece.
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