Uma mulher foi encontrada morta e o companheiro dela ferido na cidade de Touros, no litoral do RN, no último sábado (9/11). Ela foi identificada como Wanessa Melo da Silva. Já o homem, identificado como Victor Hugo de Morais, chegou a ser socorrido para Natal, mas não resistiu e morreu nesse domingo (10/11).
De acordo com a informação inicial divulgada pela Polícia Civil no local do crime, a jovem teria atirado no namorado e depois tirado a própria vida. No entanto, apenas a perícia do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) vai apontar a dinâmica da tragédia. A análise levará até 10 dias para ser concluída.
"Uma análise preliminar do local do crime indicou que os disparos podem ter sido realizados pela jovem, que foi encontrada morta. Ela teria realizado o disparo no companheiro e depois se matado. Essa análise da dinâmica ainda vai ser comprovada pela perícia do Itep. A Polícia Civil vai instaurar inquérito para analisar se, de fato, foi isso que aconteceu", explicou o delegado Jaime Groff, da Delegacia de Touros.
Contudo, os familiares acreditam que Wanessa foi assassinada pelo companheiro. Segundo a irmã dela, a jovem teria enviado uma mensagem na quinta-feira para a mãe dizendo que queria ir embora e voltar para casa, em Pureza. Depois, não respondeu mais. Na sexta-feira, a família até foi procurar, mas não a encontrou, já que os parentes do jovem disseram que não sabiam dela.
"Sobre o caso, a gente não tem muito o que falar. A gente vai esperar o resultado da perícia sair para falar com mais propriedade. O que eu sei é que minha irmã vivia em um relacionamento abusivo. Quando ela queria ir embora, ele não deixava. A primeira vez que ela veio para cá, ela pediu para ir embora e ele não deixou. Minha tia veio buscar e ele saiu com uma arma na cintura para amedrontar minha tia. Outra vez ele foi em Pureza com arma na cintura e saiu puxando ela. Eu acho que foi feminicídio. Eu tenho certeza que minha irmã não fez isso", afirmou Vitória Melo da Silva, irmã.
A avó de Wanessa, dona Maria José Melo da Silva, também falou que Victor Hugo andava armado. "Como eu não aceitava ir lá em casa, porque já sabia que ele não era uma boa pessoa, ela vinha se encontrar com ele aqui. Ele ia pegar ela de moto e vinha para cá. Vi [a arma], uma vez que ele foi conversar com ela, falando que ela estava traindo ele, foi vizinho a porta da minha casa", declarou a senhora.
Segundo a família, quando foi encontrado em um quarto nos fundos da casa dos pais de Victor Hugo, o corpo de Wanessa já estava em decomposição, o que apressou a despedida da jovem. O "A gente não pode velar o corpo da minha irmã, porque já não tinha como mais. Tivemos que enterrar logo", acrescentou Vitória.
Em uma das conversas entre Wanessa e uma amiga, que a reportagem teve acesso, a jovem chegou a escrever que Victor Hugo "ameaçou se matar várias vezes". Em outro trecho, ela relatou que "ontem ele foi atrás de mim. Perguntou onde eu estava, disse que se eu não falasse, iria acelerar a moto e bater em algum lugar. Eu fui mesmo com medo, mesmo com muito medo".
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