domingo, 21 de junho de 2015

Caraúbas deu adeus ao ‘mestre da sanfona’ Caçula Benevides na tarde de sábado

Em clima de muita comoção a cidade de Caraúbas/RN deu adeus ao símbolo de sua cultura, o sanfoneiro Caçula Benevides. Considerado por muitos como o “mestre da sanfona”, Caçula sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) passando uma semana internando na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional Tarcísio Maia. Faleceu na manhã da última sexta-feira (19).

Seu corpo foi velado no Santuário Sagrado Coração de Jesus, onde seus familiares, amigos, músicos e fãs, puderam prestar as últimas homenagens ao músico. A imprensa também esteve presente, com as rádios Liderança FM e Centenário AM fazendo a total cobertura, blogs, jornais, e a INTERTV Costa Branca que capturou imagens de seu velório.

Em homenagem, o radialista Tadeu Benevides falou um pouco sobre o “Barraco do Tadeu”, programa de rádio que acontecia com apresentações de músicos ao vivo onde Caçula foi por 30 anos parceiro. Considerado seu discípulo, o Sanfoneiro Erivan emocionou a todos ao tocar na sanfona que pertencia ao mestre uma das músicas que mais gostava de dedilhar no instrumento: Brasileirinho.

Levando sua palavra a todos os presentes, o Prefeito da cidade, Ademar Ferreira prestou sua solidariedade à família, apontou que Caraúbas e toda região perdia um dos seus grandes símbolos, que a cultura nordestina estava mais triste com esta perda.

Já passavam das 17h e o corpo de Caçula Benevides se encaminhava ao Cemitério Público de Caraúbas, em seu cortejo continuavam homenagens com as Bandas de Música Maestro Joaquim Amâncio e do Grupo de Escoteiros.

Um pouco da História de Caçula Benevides

Manoel Monteiro Benevides, nome de registro de Caçula Benevides, nasceu no dia 1º de dezembro de 1945, filho do casal Lino Monteiro e Maria Amélia Benevides. Logo aos 2 anos de idade Caçula perdeu seu pai.

Mesmo tendo cursado até a 4ª Série do primeiro grau, o músico se considerava “mais sabido que muitos que fizeram o ginásio”, segundo a sua nora, Jorgiane.

Caçula Benevides se aproximou da sanfona na adolescência, escutando os programas da Rádio Rural, aprendeu a tocar o instrumento praticamente sozinho. Quando jovem ganhou uma sanfona vinda da Itália, dada por um primo.

Na vida artística gravou 6 CDs oficias, sem falar em diversos outros promocionais ou em parcerias, um deste atingindo grande sucesso, com o cantor Nilson Viana. Outros dois CDs teria gravado com um dos seus maiores incentivos e discípulos, Dorgival Dantas. Tocou com diversos nomes lendários do forró como, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Waldonys, entre outros.

Entre as músicas que Caçula mais gostava de tocar diariamente eram “Saudade de Ouro Preto” e Royal Cinema”. Aos familiares dizia que tinha duas grandes vontades, uma seria de fazer uma Fundação em seu nome, e a outra de construir a sua Biografia detalhada.

Mossoró Hoje

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