Ao ser preso no final da tarde desta segunda-feira, 19/02, na Delegacia de Polícia Civil de Assú, o agricultor Daniel Danilo de Souza, de 19 anos, deixou transparecer a imprensa e aos policiais que estava fingindo chorar, como se estivesse arrependido de ter matado a namorada Ana Patrícia da Conceição, de 28 anos, com 9 facadas, dois dias antes.
“Ele suspendeu ela com uma facada. Ele rasgou ela com uma facada”, diz o delegado Cidórgeton Pinheiro, relatando o nível de agressividade do acusado com a vítima tomando como base o que avaliou no local e o trabalho pericial. Cidórgeton encontrou elementos suficientes que comprovam que o crime foi premeditado por Daniel Souza.
O delegado relatou que a vítima dormiu com o acusado na casa de um parente. Ao amanhecer, os dois saíram da residência, na direção do mato, segundo ele, para namorar. No caminho, a esfaqueou.
“Ele contou que não costumava andar com faca, então neste dia específico ele foi com a faca exatamente para matar a vítima, ou seja, foi planejado”, diz o delegado.
Apesar dos fortes indícios de que o crime foi planejado e friamente executado, com requintes de crueldade e fazendo uso violência extrema, ao ser ouvido pela imprensa, Daniel Souza disse: “Meus amigos sabem que não sou uma pessoa agressiva, principalmente com mulher. Eu sou um cidadão de bem. Não tenho briga com ninguém. Nunca briguei com ninguém. Não tenho passagem pela polícia. Deixando bem claro, que não sou bandido, não sou criminoso”, narra em vídeo publicado na mídia.
O crime aconteceu na localidade de Linda Flor, zona rural de Assú, no início da manhã de sábado, dia 17 de fevereiro de 2018. Após o crime, o acusado fugiu e se refugiou na casa de um conhecido numa localidade vizinha.
Os policiais passaram a investigar e com ajuda da população, rapidamente conseguiram descobrir o nome do suspeito e conduzi-lo a DP. O delegado Cidórgeton Pinheiro admite que, ao concluir a investigação, deve indiciar também a pessoa que deu guarita ao criminoso.
Daniel Souza chegou a DP aos prantos. Depois de alertado pelo delegado que não adiantava teatro, o acusado parou de chorar e em alguns momentos sorriu.
O mesmo teatro aconteceu na frente da imprensa. O repórter Jarbas Rocha, da Rádio Princesa do Vale, percebeu que quando o microfone estava ligado, o acusado chorava e quando desligava, sorria.
Ao prestar depoimento (gravado em vídeo) ao escrivão de Polícia Civil, Daniel Souza disse que estava arrependido de ter matado a namorada Ana Patrícia, mas em off (foi gravado em vídeo) declarou que não estava arrependido, alegando que matou a companheira porque havia sido ameaçado de morte. Enquanto prestava depoimento, o delegado acionou a Justiça.
Já a imprensa, Daniel Sousa declarou: “Se eu cheguei ao ponto de cometer tal coisa, foi porque me sentir impressionado, ameaçado, daí eu perdi a cabeça. Foi tanto que não foi um crime premeditado. Eu cometi o crime e sair correndo no meio da rua, desesperado. Não procurei mato para me esconder em momento algum”, falou.
Antes de concluir o depoimento ao delegado Cidógeton Pinheiro, a Justiça decretou a prisão preventiva e o acusado recebeu voz de prisão. Concluído os procedimentos na delegacia, o suspeito foi levado para fazer exame de corpo delito no Instituto Técnico-científico de Policia (ITEP), em Mossoró, e enviado para a Cadeia Pública de Mossoró-RN.
Ana Patrícia deixou uma filha de 9 e outra de 8 anos órfãs.
Portal Mossoró Hoje
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