Um jovem de 18 anos teve o pescoço amarrado por uma corda e foi arrastado por uma estrada de terra durante uma cavalgada em uma fazenda de Alto Paraíso de Goiás, no nordeste de Goiás. As imagens chocantes mostram quando, mesmo caído ao chão, ele é puxado por um outro homem. A Polícia Civil investiga o caso.
O caso aconteceu na madrugada do último domingo (19/12). Nas imagens é possível ver que o garoto tenta segurar a corda, mas continua sendo puxado e arrastado pela lama. Outras pessoas que estão no local não fazem nada para impedir, somente riem da situação.
Em nota divulgada nas redes sociais, a HC Festas e Eventos, responsável por realizar a cavalgada, informou que as agressões contra o jovem aconteceram após o encerramento do evento e que a festa “contou com 10 seguranças da equipe afim de evitar e/ou conter brigas e tornar o evento um local seguro”.
Depois das agressões, o adolescente foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para o hospital do município com vários ferimentos no corpo. Ele já recebeu alta e se recupera em casa.
Ao g1, a delegada Bárbara Buttini informou que a vítima compareceu à delegacia no dia seguinte, bastante abalada com a situação. De acordo com a investigadora, um inquérito já foi aberto para investigar o caso e as pessoas envolvidas nas agressões já foram identificadas.
O proprietário da fazenda onde aconteceu o acidente é o prefeito do município, Marcos Rinco (DEM). Em um vídeo divulgado nas redes sociais o administrador lamentou sobre o ocorrido e disse que, apesar de ser dono do local, nada tem a ver com o que aconteceu.
“Infelizmente aconteceram lá essas cenas, mas os cuidados todos foram tomados anteriormente, durante o evento teve a presença constante de segurança privada, teve a presença esporádica da Polícia Militar, e constante de ambulâncias aqui do hospital para qualquer eventualidade”, disse.
O pai do garoto, que preferiu não se identificar, disse que a situação abalou bastante a família. Ele conta que o filho, além dos ferimentos, está traumatizado e não consegue parar de chorar. A família afirma que o jovem nunca havia ido a uma festa antes e não tinha inimizades.
“O público batia palma. Depois de arrastar ele, o jogaram em uma vala. A gente é humilde, mas somos seres humanos. Ele tem pai, tem família, tem gente por ele. É revoltante ver o que aconteceu com o meu filho”, afirmou.
O advogado e primo da vítima denuncia ainda que, depois de ser levado pelo Samu até o hospital, a unidade de saúde negou atendimento para o jovem, já que ele estava sem documento pessoal. O parente afirma que o garoto teve que andar 2 km até a casa que mora, onde o encontrou amigos que o ajudaram.
“Os amigos que o encontraram na rua desmaiando e vomitando. Pegaram ele, deram banho e o levaram para o hospital de novo. Só assim ele foi atendido (…) Foi um sistema de saúde falho, que viu ele naquela situação e simplesmente não fez nada”, afirmou.
Em relação a denúncia feita pela família sobre falta de atendimento, a Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás, informou que o jovem deu entrada na unidade médica sozinho e saiu contra a orientação dos médicos. O comunicado diz ainda que ele retornou posteriormente, mas acompanhado (leia nota na íntegra abaixo).
A prefeitura de Alto Paraíso de Goiás, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento vem a público esclarecer o confronto de informações quanto ao atendimento do jovem envolvido no incidente de agressão em evento no último sábado 18 de dezembro.
O paciente chegou ao Hospital Municipal Gumercindo Barbosa através do Serviço de Saúde Móvel (SAMU), onde foi atendido e medicado, sem que houvesse exigência de apresentação de documento de identificação, o rapaz também não possuía acompanhante. O mesmo evadiu da unidade de saúde, contra a orientação da equipe médica ao qual o atendeu.
O jovem retornou a unidade trazido por acompanhante e foi novamente atendido e medicado, recebendo alta no dia consecutivo. O prontuário de atendimento do paciente consta os dois atendimentos durante o plantão, e pode ser solicitado pelo próprio ou familiares no Hospital Municipal.
A direção do Hospital esclarece que não há negativa de atendimento a nenhum cidadão pela ausência de documentação pessoal.
G1
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