sábado, 14 de maio de 2022

'Foi mais tenso na hora do resgate', diz homem que ficou pendurado em fiação após voo de parapente no RN

"A minha preocupação era só dos fios soltarem a vela. E quando o helicóptero chegou, deu só um solavanco e graças a Deus não soltou. Por isso ficou mais tenso na hora do resgate", disse Roberto Carlos, o parapentista de 27 anos que ficou preso a uma fiação a quase 100 metros de altura na Serra da Formiga, no interior do Rio Grande do Norte, na quinta-feira (12/5).

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O vendedor contou que ainda não tinha o preparo suficiente para voar, já que está há cerca de dois meses nas aulas práticas - ele estuda o esporte há cerca de seis.

"Eu estava sem meu instrutor. Eu não estava autorizado a voar", disse.

A Agência Nacional de Aviação (ANAC) não exige habilitação para a prática de esportes radicais, mas recomenda que qualquer interessado em praticar voo livre se habilite por meio de associações aerodesportivas reconhecidas pela comunidade praticante. A recomendação é para diminuir os riscos.

O instrutor de Roberto, Eurismar Freitas Moura Júnior, explicou que, para poder voar sozinho, o aluno precisa de no mínimo 20 voos acompanhado de um instrutor. Roberto havia feito apenas alguns baixos.

"Ele estava fazendo isso muito bem, decolando e pousando muito bem. Só que esses voos curtos, eles são retos. Eles não dão a capacidade de treinar curva, que foi uma das falhas dele, não conseguir fazer a curva", disse o instrutor.

Roberto Carlos contou que não se atentou aos fios na hora do voo. "Como a rampa tem aqueles fios ali, eu não me atentei. Quando eu vi, já estava passando muito próximo. Aí enganchou", disse.

Além da fome e do medo, ele diz que a maior parte das quase 7 horas em que ficou pendurado foi "tranquilo", mas que posição incomodava bastante. "Só minhas pernas doendo, querendo adormecer por conta do peso em cima", disse.

Sobre se continuará o curso ou retornará a realizar voos, ele diz que "está deliberando".

Inter TV Costa Branca e G1 RN

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