"A minha preocupação era só dos fios soltarem a vela. E quando o helicóptero chegou, deu só um solavanco e graças a Deus não soltou. Por isso ficou mais tenso na hora do resgate", disse Roberto Carlos, o parapentista de 27 anos que ficou preso a uma fiação a quase 100 metros de altura na Serra da Formiga, no interior do Rio Grande do Norte, na quinta-feira (12/5).
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O vendedor contou que ainda não tinha o preparo suficiente para voar, já que está há cerca de dois meses nas aulas práticas - ele estuda o esporte há cerca de seis.
"Eu estava sem meu instrutor. Eu não estava autorizado a voar", disse.
A Agência Nacional de Aviação (ANAC) não exige habilitação para a prática de esportes radicais, mas recomenda que qualquer interessado em praticar voo livre se habilite por meio de associações aerodesportivas reconhecidas pela comunidade praticante. A recomendação é para diminuir os riscos.
O instrutor de Roberto, Eurismar Freitas Moura Júnior, explicou que, para poder voar sozinho, o aluno precisa de no mínimo 20 voos acompanhado de um instrutor. Roberto havia feito apenas alguns baixos.
"Ele estava fazendo isso muito bem, decolando e pousando muito bem. Só que esses voos curtos, eles são retos. Eles não dão a capacidade de treinar curva, que foi uma das falhas dele, não conseguir fazer a curva", disse o instrutor.
Roberto Carlos contou que não se atentou aos fios na hora do voo. "Como a rampa tem aqueles fios ali, eu não me atentei. Quando eu vi, já estava passando muito próximo. Aí enganchou", disse.
Além da fome e do medo, ele diz que a maior parte das quase 7 horas em que ficou pendurado foi "tranquilo", mas que posição incomodava bastante. "Só minhas pernas doendo, querendo adormecer por conta do peso em cima", disse.
Sobre se continuará o curso ou retornará a realizar voos, ele diz que "está deliberando".
Inter TV Costa Branca e G1 RN
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