domingo, 13 de novembro de 2016

“Meu Deus, o que foi que eu fiz?”, afirma acusado de estuprar jovem de 18 anos em Mossoró

 
“Meu Deus, o que foi que eu fiz?”. O questionamento é do servente de pedreiro Francisco José da Luz, 40 anos, morador da comunidade Riacho Grande, zona rural de Mossoró. Ele foi autuado em flagrante por assalto seguido de estupro, crime ocorrido na noite desta sexta-feira, 11, em uma estrada carroçável nas proximidades do condomínio Quintas do Lago, entre os Abolições III e IV.
 
Francisco da Luz conversou com a imprensa na sede da Delegacia de Plantão na tarde deste sábado. Ele afirma que não lembra de absolutamente nada que aconteceu, pois estava embriagado. 
 
“O meu sentimento agora é uma culpa tão grande, arrependimento de ter pelo menos bebido, porque eu ainda ia trabalhar hoje de manhã. Me arrependi de não ter seguido o conselho do menino que trabalha comigo, que pediu para eu não vir para Mossoró. Se eu tivesse seguido, iria trabalhar o dia todo hoje de novo”, afirmou o acusado.
 
Segundo relato do próprio Francisco da Luz, primeiro ele foi a um “cabaré”, onde bebeu cerca de oito doses de rum. Ele diz que dentro do copo o líquido estava “borbulhando”, o que, acredita o acusado, seja reflexo de algo que possam ter colocado em sua bebida. Depois ele ainda bebeu cerveja. “Estava fora de si, daí eu não me lembro”, comenta, ao ser questionado sobre a abordagem à jovem. 
 
“Nossa, estou arrependido demais. Não sei como um cara trabalhador como eu, que arranca toco, faz de tudo, tô numa situação dessa”, complementou.
 
Prisão

Francisco foi preso no início da tarde deste sábado pela equipe do delegado Evandro Luís. O acusado explicou que quando acordou foi trabalhar. Saindo do serviço, recebeu o recado que uma viatura tinha ido à sua procura em casa. A equipe da DP deixou um número de telefone para o acusado entrar em contato. Ele ligou e foi informado que precisaria ir à Delegacia, devido a problemas em sua motocicleta.
 
“Quando cheguei em casa minha irmã estava chorando, dizendo ‘homem pelo amor de Deus, o que foi que você fez’. Que eu tinha lembrança, nada. Não conhecia a jovem. Quando cheguei na DP me falaram: ‘você está preso por estupro’. Coloquei a mão na cabeça. Eu, por estupro? Não tenho lembrança de nada”, enfatiza Francisco da Luz, que é separado e tem uma filha de 10 anos.
 
De acordo com o delegado Evandro Luís, a prisão de Francisco da Luz foi resultado dos esforços das duas equipes de plantão da Polícia Civil em serviço entre a noite da sexta e este sábado, que atuaram desde o momento em que a vítima informou que tinha conseguido anotar o número da placa da moto do acusado.
 
“Ontem, por volta de 23h30, uma vítima de roubo e estupro compareceu à Delegacia para registrar o fato. Em uma primeira conversa com ela, após o relato, achei por bem primeiro encaminhá-la para o hospital para que fosse feita a medicação dela por conta da forma como seu o estupro, encaminhei para a UPA do Alto de São Manoel. Ela me relatou que conseguiu verificar a placa da moto do estuprador. De posse dessa placa nós conseguimos levantar o proprietário”, detalha Evandro.
 
A placa apontou que a moto tinha como proprietário um estabelecimento comercial de Mossoró. Durante a noite foram feitas diligências para encontrar o dono desse estabelecimento, sem êxito. Pela manhã, a Polícia conseguiu identificá-lo. 
 
“Chegando lá o gerente informou que o veículo não pertencia ao estabelecimento, feito o contato com o dono ele informou que havia financiado para uma funcionária, essa informou que tinha vendido ao genro, e nos levou até a casa dele. O genro informou que tinha vendido para o Francisco José da Luz, nos forneceu endereço, acompanhou a guarnição até o Riacho Grande”, complementou o delegado.
 
Quando a equipe da DP apresentou a foto de Francisco da Luz à vítima, a jovem ficou completamente transtornada, explicou Evandro Luís. "Inclusive ele estava com a mesma roupa do momento que praticou o estupro. Em razão de todos os fatos colhidos, de todas as provas resolvi autuar em flagrante por roubo e estupro. Ele levou um celular da vítima e estava com o aparelho quando chegou aqui”, destacou o delegado.
 
Como o crime ocorreu
 
Conforme relatou a vítima à Delegacia de Plantão, ela tinha saída de casa para fazer um lanche, quando na volta foi abordada por Francisco da Luz e levada, de moto, para uma estrada carroçável, onde aconteceu o ato. 
 
“Na narração da vítima, ele procurou o celular, por não ter achado de imediato ele meio que por ‘vingança’ resolveu estuprá-la”, disse Evandro Luís, informando que a ficha de Francisco Luís ainda está sendo levantada.
 
Questionado sobre o que diria para a família da vítima, o acusado respondeu que pediria desculpas. "Meu Deus, o que foi que eu fiz? Muita desculpa, Nossa eu fiz isso? Sou trabalhador, minha mão está aqui cheia de calo, trabalho de servente, não foi eu, não estou acreditando ainda”, concluiu.
 
Portal Mossoró Hoje

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