quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Seca já prejudica quatro perímetros irrigados no RN

Tribuna do Norte - A decisão da ANA de suspender temporariamente a captação de águas para irrigação no rio Piranhas não atinge o perímetro irrigado do Baixo-Açu e os demais existentes no Estado. A medida, tomada para que o nível do rio seja regulado, é válida até o dia 29 deste mês. No entanto, a seca acumulada e o baixo volume de água nos reservatórios do Rio Grande do Norte já provocou o encerramento ou racionamento das atividades em quatro perímetros irrigados do RN.

São mais de 170 famílias de agricultores que deixaram de plantar ou tiveram queda significativa na produção devido à seca que castiga o setor desde dezembro de 2012. Apenas o perímetro irrigado do Baixo Açu continua produzindo sem interrupções, mas sob o risco de também ser prejudicado caso a seca persista por muito tempo.

Além do Baixo-Açu, na cidade de Assu, o Estado possui mais quatro perímetros irrigados: Pau dos Ferros, Cruzeta, Itans e Sabugi. Os dois últimos estão localizados em Caicó e, os demais, nos municípios homônimos. Em fase de construção, está o perímetro irrigado de Santa Cruz do Apodi, entre os municípios de Felipe Guerra e Apodi.

Os perímetros são obras de infraestrutura hídrica erguidas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) destinadas à irrigação. No Estado, a maioria entrou em operação em 1977. Os equipamentos podem ser entendidos como uma espécie de adutora que leva a água do reservatório fornecedor para a área de irrigação. Os lotes são divididos por produtores que têm direito de usar a terra por tempo determinado. 

Desde que os perímetros entraram em operação, a produção nas terras às margens dos canais ganhou destaque e, em alguns casos, os produtos eram destinados à exportação. Mas sem água nos reservatórios, os canais ficam secos e não há o que fazer. Com exceção do Baixo-Açu, todos os perímetros do Estado sofrem com a estiagem vigente e, em três deles, nada é produzido há quase dois anos.

De acordo com o presidente do Distrito Irrigado Baixo Açu (Diba), Guilherme Saldanha, a situação é preocupante, mas é possível continuar com as atividades até que o nível da Armando Ribeiro Gonçalves atinga 30%. Nas condições atuais e se persistir a estiagem, esse nível deve ser atingido em junho do próximo ano. “Felizmente, ainda estamos com o perímetro em atividade e ficaremos assim até que a barragem chegue aos 30% de capacidade. Se chegar a esse nível, teremos o racionamento”, disse ele.

Produção em queda
A seca é responsável por quedas na produção agrícola em todo o Estado. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve redução de 55,7% na área de produção. Em 2011, ano considerado bom para a agricultura, foram utilizados 156.814 hectares. Este ano, esse número caiu para 69.454 hectares. 

Estão completamente parados os perímetros de Cruzeta, Pau dos Ferros e Sabugi. O perímetro de Itans, explica o

Dnocs, funciona de forma racional, com controle do uso da água. Já o perímetro do Baixo- Açu está com as atividades ameaçadas.

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