sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Robinson Faria faz visita surpresa ao hospital Walfredo Gurgel: “É pior do que eu pensava”

Foto: José Aldenir

Marcelo Lima/Jornal de Hoje

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, realizou a terceira visita de uma série que pretende contemplar todos os hospitais da rede estadual. Depois da visita feita ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, hoje pela manhã, o chefe do Executivo Estadual deu um diagnóstico antigo e que muitos cidadãos já conhecem sobre o maior pronto-socorro do Estado.

“É muito pior do que eu pensava. É um drama. As pessoas estão perdendo o pé porque o Estado não tem campanhas pedagógicas para prevenir o agravamento de doenças como o diabetes. Isso é uma coisa desumana, um pai de família perder um órgão e deixar de trabalhar porque o Estado não cumpriu o seu papel”, acentuou o governador.

Ele disse também que a equipe da Secretaria Estadual de Saúde Pública estuda medidas emergenciais para o hospital, mas não disse quais seriam e que muito em breve as divulgaria.

A situação descrita por Faria é bem ilustrada pelo que a aposentada Lúcia Lucas da Silva, de 67 anos, está passando. Ela sofreu uma queda há dois meses e estava com uma ferida no pé que não cura. O motivo: ela é diabética. Em Macaíba, onde mora, não teve a assistência adequada e ontem decidiu ir para o Walfredo Gurgel.

O médico informou a sua filha que não há previsão de quando ela será transferida para o Hospital Ruy Pereira. A senhora também foi uma das pacientes internadas em macas com quem o governador conversou. Ele perguntou de onde ela veio e qual seu problema. Logo depois de ver o pé completamente escurecido recorreu ao secretário de saúde, Ricardo Lagreca. Os dois conversaram por alguns segundos e partiram.

Com lágrimas nos olhos diante da possibilidade de perder o pé – ou até sua perna – a aposentada falou para nossa equipe: “agora eu espero que ele ajude a gente, porque quando ele precisou a gente ajudou ele. Eu queria que ele me tirasse daqui”.

Para evitar casos como o de dona Lúcia, o governador falou que o Estado precisa de um programa contínuo de prevenção de diabete e hipertensão. “O Estado não é eficaz nesse trabalho preventivo, não só pedagógico, mas também de entregar medicamentos em tempo para evitar de amputarem órgãos”.

A idosa também era uma das muitas que estavam internadas em macas pelos corredores. Aliás, o corredor da Clínica Médica do Clóvis Sarinho estava com ventilação insuficiente. Cerca de 35 pacientes estavam internados por lá e todas reclamavam do calor. “São pessoas nos corredores esperando semanas ou até meses esperando por uma simples cirurgia ortopédica ou uma simples cirurgia eletiva”, nas palavras do próprio Chefe do Executivo Estadual.

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