quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Bebida alcoólica corta ou altera mesmo o efeito dos remédios? Tire sua dúvida

Álcool e medicamentos são considerados drogas, e essas substâncias, no organismo, ativam receptores específicos
Diazepam, apesar de também ser usado para depressão, é um benzodiazepínico usado, entre outros, como ansiolítico. Carlos Eduardo Araújo, farmacêutico e professor da Universidade São Francisco, de Bragança Paulista, SP, ajuda a explicar a diferença entre antidepressivos e ansiolíticos:

Antidepressivos (como nefazodona, trazodona, amitriptilina, clomipramina, doxepina, imipramina, desipramina, nortriptilina): potencializa os efeitos sedativos e causa alterações psicomotoras, como diminuição dos reflexos e da atenção, confusão mental e quedas involuntárias.

Ansiolíticos (como diazepam, lorazepam, oxazepam, midazolam, clonazepam, clordiazepóxido etc): aumenta os efeitos sedativos da droga, o que pode levar à depressão cardiovascular ou respiratória (ou ambos) graves.

Uma diminuição do efeito pode ocorrer. Mas também pode acontecer o contrário: aumentar. O álcool não corta totalmente a ação do remédio, mas pode modificar a intensidade dos efeitos do medicamento.

Álcool e medicamentos são considerados drogas, e essas substâncias, no organismo, ativam receptores específicos. “Quando duas drogas são administradas juntas, pode ocorrer uma competição por esses receptores, fazendo com que o efeito de um ou de outro diminua ou aumente”, explica Gerson Appel, farmacêutico e diretor da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais, a magistral Anfarmag.

Além disso, como a bebida alcoólica tem efeito diurético, ou seja, estimula que o esvaziamento bisonho e frenético da bexiga, isso acaba levando o medicamento privada adentro. Isso impede que o remédio fique no sangue em concentração suficiente para fazer efeito. “Outra questão é o risco de sobrecarga do organismo em metabolizar os princípios ativos dos medicamentos e do etanol”, diz Appel.

Mas alguns remédios não sofrem nenhuma alteração em contato com o álcool. É o caso, por exemplo, de alguns anticoncepcionais e remédios para gripe. Tudo isso também varia de acordo com a dose, a concentração de álcool e a sensibilidade para birita da pessoa. Appel faz umappelo: não é possível generalizar, cada remédio é diferente e, para ter certeza, só lendo a bula. Na dúvida, não misture.

Confira alguns exemplos do efeito de misturar remédio com o álcool:

Antidepressivos: potencializa o efeito depressivo da droga ou até mesmo do álcool.

Anti-inflamatório (como ácido acetilsalicílico, nimesulida e diclofenaco): aumenta a irritação gástrica e os riscos de sangramentos gastrintestinais.

Antibiótico: serão mais facilmente eliminados pela urina, consequentemente diminuindo o efeito terapêutico. Ou seja, vai demorar mais para sarar, mas pode ficar bêbado de boa (ou pelo menos com menos riscos que os outros acima).

Fonte: Superinteressante

Nenhum comentário:

Postar um comentário