sexta-feira, 23 de maio de 2014

Apodi: Agricultores se capacitam para evitar desperdício

Agricultores estão recebendo capacitação para produção de subprodutos de frutas
A comunidade do Córrego já começa a sentir os efeitos do projeto “Uso da Tecnologia da Extração a Vapor para produção de Sucos de Frutas Produzidas no Sertão do Apodi”, que ganhou o Prêmio Santander – Universidade Solidária. O projeto de extensão, de autoria do professor Vinicius Claudino, da Faculdade de Ciências Econômicas (FACEM), está preparando os agricultores para evitar o desperdício, a partir da fabricação de subprodutos das frutas.

O foco principal será a produção de sucos com o uso de um utensílio (Macanuda), semelhante a uma grande cuscuzeira para extração do suco a vapor. O aparelho que está sendo adquirido pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), como resultado do prêmio conquistado pela instituição, deve chegar à comunidade nos próximos dias. A partir daí, os moradores irão produzir os sucos que serão comercializados através da Associação de Mini Produtores de Córrego e Sítios Reunidos (AMPC), parceira da UERN. Além da preparação para o uso da tecnologia de extração a vapor, os agricultores estão aprendendo a fabricar doces desidratados, tomate seco, barras de cereal, geleias e biscoitos com as sobras das frutas. Há uma variedade de produtos com sabores de frutas produzidas na comunidade como caju, cajarana, goiaba, acerola, manga e abacaxi.

A capacitação, que está sendo dada pela Embrapa aos trabalhadores rurais do Sítio Córrego do Apodi, foi acompanhada na tarde da última quarta-feira (21) pelo reitor Pedro Fernandes e pelo professor Miguel Dall’Agnol, representante da Universidade Solidária (UniSol) /Banco Santander.

Calixto Lima, pesquisador na área de Transferência de Tecnologia da Embrapa, disse que em Córrego a capacitação está sendo diferenciada da que já havia aplicado em diversas comunidades. “Geralmente, capacitamos alunos e aqui estamos ensinando os agricultores para a produção industrial”, afirmou.

Luís Eujânio Torres, presidente da Associação dos Miniprodutores, não esconde a expectativa de ver a comunidade produzir tanto suco quanto outros produtos. “A gente convivia com o desperdício, agora a realidade das famílias vai mudar”, opina, combinando o pensamento com o do coordenador de Agricultura do Município, Clebson Lima, cooperado e também aluno de Direito da Uern.

Agricultores devem se preparar para aumento da produção

Para o autor do projeto, professor Vinicius Claudino, com o sucesso do empreendimento, os agricultores terão agora que se preparar para dar vazão à produção. “O carro-chefe é o suco. Mas temos muitos outros subprodutos, como a geleia de cajarana”, exalta.

Depois de ver de perto a aplicação do projeto vencedor do Prêmio Santander – Universidade Solidária, o professor Miguel Dall’Agnol não poupou elogios ao professor Vinicius, destacando os parceiros e principalmente a contribuição da comunidade para a realização do projeto. “Vocês têm uma coisa fantástica que é a união do grupo. O apoio institucional é muito importante, principalmente a presença física do reitor, que dá credibilidade ao professor”, afirmou, acrescentando: “É a Universidade saindo do Gabinete, vendo gente. É a comunidade motivada”, resumiu sua avaliação do projeto, acrescentando que o que disse é o que vai constar no relatório que será entregue à UniSol.

Quem faz planos é a agricultora Rita Maria Neto, 56. Com 5 filhos, dois deles fazendo curso técnico na área agrícola, ela diz que o projeto da Uern vai mudar a vida de sua família, com o reforço no orçamento doméstico, pela fabricação dos sucos e doces e, principalmente, pela oportunidade que vem surgindo, para que os filhos dos trabalhadores rurais não precisem ir para os grandes centros em busca de formação profissional e de uma vida melhor. “Esse projeto vai transformar essa comunidade”, completa.

Fonte: Jornal de Fato

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