quinta-feira, 17 de maio de 2018

"Mais injusto que já vi", diz promotor sobre júri popular do ex-vigilante que atirou na boca da ex em Mossoró

 
O promotor de Justiça Ítalo Moreira Martins disse que o resultado do júri popular do ex-vigilante Francisco Marcondes Cardoso da Silva, de 39 anos, nesta quarta-feira, no Fórum de Mossoró, foi o mais injusto que já viu.

Leia mais: Júri Popular condena ex-vigilante a 6 anos e 1 mês de prisão no semiaberto por balear a ex-mulher em Mossoró

Francisco Marcondes foi julgado pela sociedade mossoroense por ter atirado duas vezes na ex-mulher, Dulcicleide Filgueira de Aquino, de 38 anos, sendo que um destes na boca, depois de muito ameaça-la e implantar o terror na vida dela.
 
O Júri Popular aconteceu na manhã desta quarta-feira, 16/05, no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, na região leste de Mossoró-RN. O réu estava presente e também a vítima, famliares e testemunhas. Vítima e testemunhas relataram os fatos aos jurados com detalhes.
 
Apesar do detalhamento feito pelas vítimas e testemunhas, os apelos do promotor Ítalo Moreira Martins para que o réu fosse condenado pelos crimes que praticou e pela ameaça que representa, em liberdade, para a vítima, familiares e testemunhas, os jurados consideraram que não houve tentativa de homicídio.
 
Ao considerar que Marcondes não tentou matar a ex-mulher, apesar dos fatos contundentes no processo, os sete jurados jogaram a decisão de julgar, não por tentativa de homicídio, mas por lesão corporal, ameaça e porte ilegal de armas, para o juiz Vagnos Kelly, presidente dos trabalhos.
 
Daí o réu, para a indignação do Ministério Público Estadual, familiares da vítima e as pessoas que assistiam ao júri, restou a 6 anos e 1 mês de prisão em regime semiaberto. "Com esta decisão injusta do Júri, restou ao juiz aplicar esta pena ao réu.
 
“O projétil perfurou o rosto dela e saiu por trás, quase no pescoço e ela não morreu por muita sorte. Então, Cézar Alves, foi um resultado mais injusto que já vi do Tribunal do Júri”, diz o promotor Ítalo Moreira Martins, que já se aproxima de vinte anos de atuação na Vara Criminal.
 
O relato dos fatos feitos pela vítima e várias testemunhas reproduzido na denúncia pelo promotor de Justiça Carlos Henrique Happer Cox, que acompanhou o caso, reforça o motivo de indignação do promotor Ítalo Moreira, da vítima, das testemunhas, dos familiares e as pessoas que estavam no plenário.

“As pessoas dizem muito que a policia prende e a Justiça solta e neste caso, a Justiça mandou prender e a sociedade mandou soltar. Resultado deixou todos indignados”, diz o promotor após o resultado da decisão do Conselho de Sentença.
 
Francisco Marcondes estava preso, preventivamente, desde setembro de 2017, quando cometeu os crimes na casa da vítima Dulcicleide na Alameda dos Cajueiros, em Mossoró, ter sido preso pela população e autuado em flagrante pela Polícia.
 
Com a decisão do Conselho de Sentença, restou ao presidente do Tribunal do Júri aplicar a sentença prevista em Lei de 6 anos e 1 mês de prisão, pela lesão corporal, porte de arma e ameaça. Com esta sentença, o réu deve ser colocado em liberdade imediatamente.
 
O Ministério Público Estadual tem 5 dias para recorrer da sentença, pedindo anulação do Júri. Quem deve fazer é o promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro, que já tomou ciência da decisão injusta do Conselho de Sentença.


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