quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

'Dói deitar na cama e não ter eles', diz mãe de quatro crianças mortas pelo pai

A mãe das quatro crianças encontradas mortas dentro de casa em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, falou, nesta quarta-feira (21/12), sobre a dor de não ter os filhos em casa e que o ex-companheiro nunca aceitou o fim do relacionamento. David da Silva Lemos, de 28 anos, é pai das vítimas e o principal suspeito do crime.

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"Dói deitar na cama e não ter eles [os quatro filhos]. Eu não tenho conseguido dormir, estou tomando remédio para poder dormir porque se não eu não durmo. O dia eu passo bem, mas se começa a escurecer, não tem como", disse Thays da Silva Antunes.

"Eu só queria ter eles de volta. Eu sei que nada que vá fazer, vai trazer eles de volta. Mas eu só queria meus filhos de volta, poder levar para minha casa. Era só o que eu queria. Que esse idiota, esse monstro, pague por tudo que ele fez com meus filhos. Pague que por tudo, tudo, tudo, tudo".

Fim do relacionamento

Thays e David tiveram um relacionamento por 11 anos. Eles haviam se separado há cerca de três meses. O rompimento foi motivado por uma agressão. Ela registrou um boletim de ocorrência e conseguiu medida protetiva contra o homem. De acordo com a polícia, a principal linha de investigação do caso é vingança.

“Eu não consigo acreditar que ele fez isso com as crianças, porque ele não podia ter feito isso com elas. Que ele tirasse a minha vida, que enfiasse a faca em mim, mas não nas crianças, porque as crianças não tinham culpa de nada. Eram só quatro crianças”, disse a mãe Thays da Silva Antunes.

"Era comigo. Ele nunca aceitou o fim do relacionamento. Quem terminava sempre o relacionamento era eu e ele sempre pedia pra voltar", diz Thays.

Thays ficou sabendo que os filhos tinham sido encontrados mortos pela avó das crianças. Segundo ela, nos dias que antecederam o crime David apresentava comportamento normal e não havia feito nenhuma ameaça a ela.

"Ele tava normal, ele não demonstrou raiva, ódio, não demonstrou que pudesse fazer alguma coisa com as crianças. Ele não demonstrou em momento algum", relembra a mãe das vítimas.

A mulher conta que quando foi agredida pelo ex tentou estender a proteção aos filhos, mas teve o pedido negado. Segundo ela, em razão de as crianças não terem presenciado a violência contra a mãe. Elas estavam com a avó no dia da agressão.

"Quando eu cheguei, ele tava alterado, ele tava embriagado, aí a gente discutiu e ele veio pra cima de mim, me bateu. Ao todo, foram 20 socos na cabeça, que eram pra ser no rosto. Ele tentou me puxar pra baixo, me pegou pela nuca, mas eu não deixei ele me levar ao chão. Se ele tivesse me levado ao chão, ele teria feito coisa pior", relembra Thays.

Segundo Thays, David tinha boa relação com os filhos até então, especialmente com a caçula Kimberly, de três anos. A mãe afirma que jamais imaginou que o ex pudesse fazer mal às crianças.

G1

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